Histórico
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O governo do estado de S�o Paulo para evitar o desperd�cio da laranja, montou a primeira f�brica de suco de laranja n�o concentrado durante a II Guerra Mundial para o fornecimento no mercado interno, a empresa fracassou por falta de mercado consumidor. Assim como nenhuma das primeiras iniciativas permaneceu pois eram resultantes de projetos de emerg�ncia, nascidos da sobra do produto. A geada que atingiu os pomares da Fl�rida em 1962 acabou se tornando um marco de desenvolvimento para a ind�stria brasileira que preencheu uma lacuna deixada pelos americanos, estando estes fora do mercado de abastecimento interno e europeu. No in�cio da d�cada de 60 o Brasil j� havia feito as primeiras exporta��es experimentais de suco concentrado de laranja, entretanto apartir de 1963 nasceu a ind�stria de suco voltada para a exporta��o e a fase denominada "moderniza��o conservadora" da agricultura. As principais caracter�sticas deste per�odo de 1965 a 1979 foram o cr�dito rural subsidiado, os incentivos �s exporta��es e as isen��es tribut�rias. Na d�cada de 80, apesar dos problemas causados pela crise financeira internacional, o setor continuou seu processo de expans�o. Segundo Santoset al, a citricultura brasileira manteve o dinamismo nesse per�odo devido as vantagens comparativas relacionada com clima, topografia e solo, a especializa��o de variedades apropriadas ao processamento, a avan�ada tecnologia agroindustrial e, por fim, a crescente demanda internacional do principal produto desse setor – o suco de laranja concentrado e congelado. As redu��es dr�sticas das ofertas de citros, devido �s consecutivas geadas observadas na d�cada de 80 na Fl�rida, principal estado produtor do Estados Unidos, aumentaram consideravelmente o pre�o do produto possibilitando a inser��o de produtores, como o Brasil, no mercado mundial. Enquanto a produ��o mundial de citros cresceu cerca de 60% no per�odo de 1971 a 1989, a safra nacional teve um crescimento da ordem de 160%, fazendo com que o pa�s assumisse a primeira posi��o no ranking mundial de produtores. O Brasil, impulsionado pelo crescimento das exporta��es e pelo desenvolvimento da ind�stria citricola, � atualmente o maior produtor mundial de laranja (37% da produ��o total), seguido dos EUA (14%), da China (5%), do M�xico (5%), e da Espanha (4%). Na a distribui��o regional da produ��o brasileira, segundo pesquisa do IBGE/CEPAGRO de 1998, o estado de S�o Paulo � o maior produtor (81,88%), seguido da Bahia (4,19%), Sergipe (3,70%) e Minas Gerais com 2,73% da produ��o brasileira de laranja. A lavoura da laranja se apresenta como o principal produto da cadeia citricola, visto que respondeu por mais de 90% da produ��o total na safra 98/99. Hoje a maior parte da produ��o brasileira de laranja destina-se a produ��o de suco, sendo que este setor emprega cerca de 400 mil pessoas, gera divisas da ordem de US$ 1,5 bilh�o por ano e responde pela metade do suco de laranja produzido no mundo e 80% do suco concentrado que transita pelo mercado internacional (Santos et al). A implanta��o e o desenvolvimento da agroind�stria processadora de suco levou o Brasil e sobretudo o interior paulista a ocupar a posi��o de lideran�a dos citricultores mundiais. Em 1999, 84% de toda a produ��o de laranjas, foi absorvido pelo setor de processamento, demonstrando a import�ncia, da agroind�stria para a citricultura paulista. A aquisi��o da fruta no processo de industrializa��o do suco de laranja, principal produto da cadeia citricola brasileira, representa cerca de 50 a 70% de seus gastos gerais, sendo o maior custo deste processo de produ��o. Entretanto, a cadeia citricola brasileira tem vantagem sobre a internacional devido a laranja nacional ser ofertada a pre�os mais baixos. Nesse contexto, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial dos produtores de suco, com 54% do total produzido no mundo, conforme pode ser visualizado na Tabela 1. Tabela 1 – Principais produtores de suco de laranja – 1998/1999.
1-Participa��o relativa na produ��o mundial Fonte: FNP e USDA; Santos et al
Entre as variedades de suco de laranja a serem exploradas com maior intensidade pelo mercado de frutas c�tricas, atendendo a demanda potencial interna, destacam-se o concentrado congelado (obtido pelo processo de retirada da �gua), o reconstitu�do (proveniente da dilui��o do suco concentrado em �gua), o integral (fabricado pelo processo de pasteuriza��o), e o fresco (obtido pela extra��o do suco, sem nenhum processo de transforma��o). Na d�cada de 90, a perda do dinamismo do com�rcio internacional do suco de laranja concentrado, e a estabilidade econ�mica alcan�ada pelo Brasil com a implanta��o do plano real, voltaram os olhos da industria e dos citricultores para o mercado interno, que aumentou o consumo de suco de laranja pronto para beber (reconstitu�do, fresco e integral) de 24,2 milh�es de litros, em 1993, para 117,5 milh�es de litros em 1996, o que corresponde a um aumento de 385%, em apenas quatro anos. Pelos dados da tabela 2, nota-se que o Brasil corresponde a 83% do total das vendas no mercado internacional, sendo o maior exportador mundial de suco de laranja concentrado e congelado. Tabela 2 – Exporta��es de suco de laranja concentrado congelado, 1998/99.
Fonte: Santos et al Na d�cada de 90, a ind�stria brasileira de suco concentrado congelado, ap�s restri��es �s importa��es de sua produ��o impostas pelo car�ter protecionista do governo americano, passou a concentrar esfor�os no abastecimento do mercado europeu de suco. Assim, a Uni�o Europ�ia transformou-se na regi�o respons�vel pela absor��o da maior parte das exporta��es brasileiras de suco de laranja concentrado congelado (Tabela 3). Tabela 3 - Principais mercados de destinos das exporta��es brasileiras de suco de laranja concentrado congelado (US$ - FOB).
Fonte: SECEX ,Santos et al Para Maiores informa��es acerca do setor de suco de laranja concentrado acesse: |
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