Pesquisadores de uma universidade de São Paulo publicaram uma carta ao editor da revista Travel Medicine and Infectious Disease com uma estimativa temporal para o pico da COVID-19 naquele estado.
A pandemia da COVID-19 emergiu em São Paulo em 26 de fevereiro de 2020, quando um homem de 61 anos, proveniente da Itália, apresentou Síndrome Respiratória Aguda Grave. Em 13 de março começou a transmissão comunitária em São Paulo e no Rio de Janeiro. A partir desse ponto, os casos confirmados continuaram a aumentar de forma exponencial.
Em São Paulo, as autoridades tomaram medidas imediatas. Os autores comentam que após três semanas de quarentena, quando o artigo foi escrito, era claro que as decisões governamentais tinham tido efeito no crescimento da COVID-19. Antes da quarentena, o número de casos crescia em uma taxa de 26% por semana; com a quarentena, a taxa diminuiu para 9%. Esse achatamento da curva é essencial para não sobrecarregar o sistema público de saúde.
Assumindo diferentes eficácias das decisões emergenciais tomadas pelas autoridades para a redução da disseminação do SARS-CoV-2, os pesquisadores calcularam o pico da pandemia em São Paulo. Havendo uma redução de 25%, o pico seria em 18-19 de maio; com uma redução de 50% o pico seria em 3-4 de junho; e, finalmente, com uma redução de 75%, o pico seria em 20-21 de julho.
ADIAR O PICO SIGNIFICA TRANSFERIR PARA MAIS ADIANTE NA LINHA DO TEMPO O PICO DE PESSOAS QUE NECESSITAM INTERNAÇÃO HOSPITALAR E RESPIRADORES, QUANDO O SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE PODERÁ ESTAR MAIS PREPARADO PARA RECEBER OS DOENTES.
FONTE: COVID-19 in Brazil: Historical cases, disease milestones, and estimated outbreak peak. Serdan TDA, Masi LN, Gorjao R, Pithon-Curi TC, Curi R, Hirabara SM.Travel Med Infect Dis. 2020 May 11:101733. doi: 10.1016/j.tmaid.2020.101733.