Um artigo publicado na plataforma de preprints medRxiv (ainda não avaliado para publicação em uma revista científica) aborda esse assunto. Os autores estimaram o número total e a massa de vírions (partículas virais) do SARS-CoV-2 presentes em uma pessoa infectada durante o pico da infecção.
As concentrações das partículas virais podem ser mensuradas de diferentes maneiras, resultando em grandes diferenças nos valores e seus significados. Os autores usaram o número de cópias do RNA viral (medido pelo RT-PCR e incluindo vírions inativados) e o número de partículas infecciosas, excluindo vírions inativados (teste em cultura de tecidos utilizando uma metodologia que calcula a quantidade de partículas virais necessária para matar 50% das células infectadas – TCID50).
O número total de vírions em um indivíduo infectado durante o pico da infecção foi estimado em 109 a 1011 cópias de RNA ou 105 a 107 TCID50. A estimativa do número total de vírions no corpo de uma pessoa infectada pode ser usada para estimar o tamanho da população de células infectadas durante o pico da infecção. Mas para isso é necessário saber quantos vírions são encontrados em uma célula infectada. Também pode-se perguntar quantos vírions são produzidos por tempo durante o curso da infecção.
Os autores estimaram que cada célula infectada produz em média 10 vírions por dia. Para estimar a taxa de produção máxima para todas as células infectadas, esse número estimado para uma célula deve ser multiplicado por 104 – 106 células infectadas.
Essa perspectiva quantitativa pode ajudar no esforço atual de controle da COVID-19 para elucidar números importantes como as doses infecciosas mínimas e os limites nas testagens.
FONTE: The total number and mass of SARS-CoV-2 virions in an infected person. Ron Sender, Yinon M. Bar-On, Avi Flamholz, Shmuel Gleizer, Biana Bernsthein, Rob Phillips, Ron Milo. medRxiv preprint doi: https://doi.org/10.1101/2020.11.16.20232009