Chamadas de artigos
57 | Antropologia da biossegurança
57 | Antropologia da biossegurança
ano 26, n. 57, maio/ago. 2020
Número organizado por:
Jean Segata
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil
Andrea Mastrangelo
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas – Argentina
Emergências sanitárias e ambientais têm chamado a atenção da antropologia. Doenças vetoriais e zoonoses - como Leishmaniose, Chagas, Dengue, Febre Amarela, Zika, Chikungunya, Malária e Influenza – ou epidemias, pandemias, desastres e contaminações ambientais e alimentares, são algumas das situações que estão no foco de ações de Estado para o controle, a prevenção ou a vigilância de humanos, animais, artefatos e ambientes. Políticas e práticas de biossegurança têm sido produzidas a partir de infraestruturas globais da ciência, da tecnologia e de suas corporações internacionais e ao mesmo tempo envolvem relações locais entre natureza, sociedade e poderes. Em alguns casos, essas políticas atuam como experimentos de ciência estendidos ao mundo, sem dialogar com saberes e práticas locais e na maioria das vezes, sua implantação tem sido baseada em discursos que convertem natureza em ameaça à sociedade ou na associação perversa entre pobreza, risco e vulnerabilidade. Neste sentido, a partir de uma perspectiva etnográfica, a interface com saúde permite abordar densos enredamentos entre humanos e não-humanos, mediados por atores diversos, como mosquitos, venenos, armadilhas, antibióticos, transgênicos, vacinas entre outros, como também por modelos de diagnósticos, tratamentos, campanhas e ações de prevenção, controle e combate. A atenção antropológica orientada para a articulação entre saúde humana, animal e ambiental permite análises que atravessam e emaranham domínios de Estado-nação, fronteiras internacionais, economia, direitos e moralidades, a partir de campos de interesse diversos, como o da biopolítica e da microbiopolítica, das relações humano-animal e multiespécie, da etnologia indígena, da saúde global, da antropologia da ciência ou das novas tecnologias digitais. Assim, este número de Horizontes Antropológicos se inscreve em uma intersecção entre diferentes temas e campos que tratam de questões contemporâneas – e futuras – para a etnografia e para a teoria antropológica, como os de ambiente, risco e desastres e antropologia médica e da saúde.
Publicação prevista para junho de 2020
Submissão de artigos encerrada em 31/05/2019
59 | Antropologia da criança
59 | Antropologia da criança
ano 27, n. 59, jan./abr. 2021
Número organizado por:
Patrice Schuch
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil
Fernanda Rifiotis
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil
Clarice Cohn
Universidade Federal de São Carlos – Brasil
Fernanda Ribeiro
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Brasil
A antropologia da criança tem se desenvolvido nas últimas décadas, configurando-se hoje como um campo florescente e fecundo no qual pesquisas muito diversas têm sido desenvolvidas. Entendendo que pesquisar sobre e com crianças é fazer antropologia, mas que também suscita questões próprias, em uma inovação teórica, conceitual e metodológica da disciplina, este número temático propõe reunir estudos diversos que apontem para a diversidade mesmo do campo. Nestas últimas décadas, revelou-se que as crianças têm muito a revelar em pesquisas, e não só por elas mesmas, mas por dar luz a pontos importantes do campo de pesquisa que seriam obliterados ao não se levar em conta seus pontos de vista e suas atuações. Ademais, seu protagonismo, e seu papel de sujeito, tem sido um pano de fundo nos diversos esforços de reflexão antropológica com e sobre elas.
Este número temático propõe reunir trabalhos que tenham como foco os modos pelos quais as crianças se constroem enquanto sujeitos, a fim de mapear e problematizar os desafios teóricos e metodológicos no campo da Antropologia da Criança. Como forma de reunir em um número temático estudos que têm sido publicados de modo mais esparsos, mas que têm ganhado atenção em eventos acadêmicos em Grupos de Trabalho, Mesas e Simpósios dedicados ao tema, interessa-nos trazer para o primeiro plano das reflexões o potencial das crianças para revelarem o que nem sempre é objeto de atenção em estudos focados exclusivamente nos adultos. Gostaríamos de receber trabalhos sobre infâncias diferenciadas com seus temas relativos – crianças urbanas, campesinas, quilombolas, indígenas, ciganas, de populações “tradicionais”, sem-terra, assentadas, trabalhadoras, escolarizadas, de classe média e alta, e em situação de institucionalização – que suscitem questões de gênero, raça, direitos específicos e subjugo do Estado. Destacamos a importância de pensar sobre os direitos e a proteção desses sujeitos, assim como também sobre os “sujeitos desses direitos” e seu “protagonismo social”. Seguindo tal perspectiva, a proposta do número temático é congregar pesquisas etnográficas recentes que suscitem discussões teóricas, metodológicas e éticas em diferentes contextos nacionais e internacionais abarcando: estudos que exercitem reflexões teórico-metodológicas sobre a pesquisa com crianças, que pensem as experiências de construção das crianças enquanto sujeitos, que empreendam análises das políticas públicas voltadas a estes sujeitos, ou mesmo contextos em que o próprio Estado viole seus direitos, que discutam as concepções de infância, que problematizem a relação das crianças com as tecnologias de governo e que coloquem em perspectiva a questão da proteção e dos direitos desses sujeitos e seu protagonismo social.
Publicação prevista para janeiro de 2021
http://seer.ufrgs.br/horizontesantropologicos
60 | Governança reprodutiva
60 | Governança reprodutiva
ano 27, n. 60, maio/ago. 2021
Número organizado por:
Claudia Fonseca
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil
Diana Marre
Universitat Autònoma de Barcelona – Espanha
Fernanda Rifiotis
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil
Conforme a noção de governança reprodutiva, procuramos discutir nesse volume temático como, no contexto de diferentes configurações históricas e geopolíticas, atores (indivíduos, especialistas, coletividades e instituições) acionam mecanismos morais, legislativos, econômicos, políticos e sociais para moldar comportamentos e sentimentos tradicionalmente associados com as noções de família e parentesco. Essa abordagem inclui aportes da antropologia clássica, mas aproveita também a pesquisa feminista, pós-colonialista, gay e lésbica e estudos da ciência e tecnologia para evocar formas circunstanciais de relacionalidade enredadas na esfera “intima” de relações familiares, nos sentimentos de identidade e pertencimento e nos comportamentos reprodutivos. Seguindo tal perspectiva, a proposta desse número é congregar pesquisas etnográficas recentes que suscitem discussões teórico-metodológicas em diferentes contextos nacionais e internacionais abarcando (entre outros assuntos): formas plurais de família e as relações de interdependência no cuidado cotidiano; percepções sobre parentalidade, germanidade, substâncias e processos que conformam vínculos familiares; políticas públicas e modos de administração institucional que afetam práticas sexuais e reprodutivas; memória e transmissão transgeracional; novas tecnologias reprodutivas; reprodução estratificada e justiça reprodutiva.
Publicação prevista para maio de 2021
Submissão de artigos de 01/02/2020 a 31/05/2020