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Análise de Fourier - Um Livro Colaborativo

6.1 Passagem do discreto para o contínuo


Podemos construir uma representação em séries de Fourier para um função f(t) não-periódica sempre que nos restringimos a um intervalo finito [T2,T2], isto é, construímos a função fT (t) T-periódica que coincide com f(t) no intervalo citado:

fT (t) = f(t), T2 t < T2 fT (t + T) = fT (t), t (6.1)

Exemplo 6.1.1. Considerando a função f(t) = e|t|, definimos funções fT (t) como na equação (6.1) e apresentamos os gráficos de f(t) e fT (t) para T = 2 e T = 4 na figura 6.1.


PIC PIC PIC


Figura 6.1:


Observe que a função fT (t) carrega consigo informação sobre a função f(t). Naturalmente, gostaríamos de poder obter o limite T , a fim de aproximar fT (t) tanto quando possível de f(t). Como T representa o período da função fT (t), quando T cresce a frequência fundamental wF descresce. A função fT (t) possui série de Fourier da forma

fT (t) = n=C neiwnt, (6.2)

onde Cn = 1 TT2T2e|t|eiwntdt = 1 TT2T2e|t| cos (w nt) i sen (wnt) dt = 2 T0T2e|t| cos (w nt)dt = 2 T0T2et cos (w nt)dt = 2 T wn sen (twn) cos (twn) wn2 + 1 et 0T2 = 2 T wn sen Twn 2 cos Twn 2 eT 2 + 1 wn2 + 1 = 2 T wn sen nπ cos nπeT 2 + 1 wn2 + 1 = 2 T 1 (1)neT 2 wn2 + 1 (6.3)

Observemos os diagramas de especto para fT (t) multiplicado por T quando T = 2, T = 4 e T = 8 na figura 6.2.


PIC PIC PIC
Figura 6.2:


Como a distância entre duas raias espectrais é igual a frequência fundamental wF = w1, a densidade de raias aumenta, tornando mais densa na reta. A serie de Fourier da função fT (t) é dada por

fT (t) = n=C neiwnt, (6.4)

onde

Cn = 1 TT2T2f T (τ)eiwnτdτ = 1 TT2T2f(τ)eiwnτdτ. (6.5)

Definimos agora a função

FT (w) =T2T2f(τ)eiwτdτ (6.6)

e escrevemos fT (t) em termos de FT (w): fT (t) = n= 1 TFT (wn)eiwnt = n=wF 2π FT (wn)eiwnt (6.7) = n=Δw 2π FT (wn)eiwnt = 1 2π n=F T (wn)eiwntΔw (6.8)

Observe que a função FT (w) converge para cada frequência w para a função

F(w) =f(t)eiwtdt. (6.9)

Fazendo T , a soma a direita na equação (6.8) é uma soma de Riemann que converge para uma integral:

f(t) = 1 2πF(w)eiwtdw, (6.10)

onde

F(w) =f(t)eiwtdt (6.11)

Exemplo 6.1.2. Continuamos com o exemplo 6.1.1. Dada a função f(t) = e|t|, podemos escrever

f(t) = 1 2πF(w)eiwtdw, (6.12)

onde F(w) = lim TT2T2e|t|eiwtdt = lim T 2(1)neT 2 + 1 w2 + 1 = 2 w2 + 1,

onde usamos a expressão para TCn dada por (6.3). De fato, usando uma tabela de integrais (ou método dos resíduos), temos 1 2π 2 w2 + 1 cos (wt)dw = 1 π0 1 w2 + 1 cos (wt)dw (6.13) = e|t| (6.14)

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