Quais são as mulheres com alto risco para câncer de mama e como devem realizar o rastreamento?
Os fatores de alto risco para neoplasia de mama e a indicação de rastreamento estão resumidos no quadro abaixo:
Quadro 1: Critérios de alto risco para câncer de mama e indicações de rastreamento em mulheres.
ALTO RISCO PARA CÂNCER DE MAMA |
INDICAÇÃO DE RASTREAMENTO COM EXAME DE IMAGEM |
Mulheres com mutação ou com parentes de 1º grau (lado materno ou paterno) com mutação comprovada dos genes BRCA 1/2, ou com síndromes genéticas como Li-Fraumeni, Cowden e outras. | Rastreamento anual com mamografia (MMG) a partir dos 30 anos de idade. Considerar adicionar ressonância magnética (RM) ao rastreamento. A ecografia mamária pode ser associada à MMG quando a ressonância magnética não puder ser realizada. |
Mulheres com história familiar de:
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Rastreamento anual com MMG iniciando 10 anos antes da idade do diagnóstico do parente mais jovem, porém não antes dos 30 anos. Considerar adicionar RM ao rastreamento. A ecografia mamária pode ser associada à MMG quando a RM não puder ser realizada. |
Mulheres com história de radiação torácica (radioterapia torácica prévia) antes dos 30 anos. | Rastreamento anual com MMG a partir do 8º ano após o tratamento radioterápico, porém não antes dos 30 anos. Considere adicionar RM ao rastreamento. A ecografia mamária pode ser associada à MMG quando a RM não puder ser realizada. |
Mulheres com história pessoal de câncer de mama invasor ou hiperplasia lobular atípica, carcinoma lobular in situ, hiperplasia ductal ou lobular atípica, atipia epitelial plana ou carcinoma ductal in situ. | Rastreamento anual com MMG a partir do diagnóstico, principalmente naquelas que foram tratadas com cirurgia conservadora. Considerar adicionar RM ao rastreamento. A ecografia mamária pode ser associada à MMG quando a RM não puder ser realizada. |
*Se presença de nódulo palpável, essas mulheres devem ser encaminhadas para mastologia para avaliação diagnóstica do nódulo.
Fonte: Adaptado de Ministério da Saúde (2013) [1], Dynamed (2018) [2] e Urban et al. (2018) [3] e Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul e TelessaúdeRS-UFRGS (2020) [4].
Já as estratégias de rastreamento de câncer para população de risco padrão baseiam-se em apenas dois critérios para definição de população-alvo: sexo (feminino) e faixa etária. O Ministério da Saúde recomenda o rastreamento com mamografia, digital ou convencional a cada 2 anos, para todas as mulheres com risco habitual, dos 50 aos 69 anos, conforme evidência científica disponível até o momento [5].
Referências:
- Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde.Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo de útero e da mama. 2a ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2013 [citado em 27 Out 2020]. Cadernos de Atenção Básica, n. 13. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf.
- Dynamed. Record No. T361086, Breast Cancer Screening. [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Information Services, 1995 [atualizado em 30 Nov 2018, citado em 27 Out 2020]. Disponível em: https://www.dynamed.com/topics/dmp~AN~T361086.
- Urban LABD, Chala LF, Bauab SP, Schaefer MB, Santos RP, Maranhão NMA, et al. Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para o rastreamento do câncer de mama. Radiol Bras. 2017 Jul-Ago;50(4):244-9. Doi 10.1590/0100-3984.2017-0069.
- Secretaria Estadual da Saúde (Rio Grande do Sul), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS). Protocolos de encaminhamento para mastologia. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS; 3 Fev 2016 [atualizado em 3 Fev 2020, citado em 27 Out 2020]. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/protocolo_encaminhamento_mastologia_20160324.pdf.
- Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2015.