Utilitarismo
utilitarismo/Goldim
Prof. José Roberto Goldim
Utilitarismo, de acordo com Busse e Urmson, é a teoria empírica,
segundo a qual, o valor ou correção das ações depende das
consequências que trazem consigo, do bem ou mal que produzem. Em
suma, todas as ações devem ser medidas pelo bem maior para o maior
número. As ações são boas na medida em que se aproximam desta
finalidade. A correção de uma ação deve ser julgada pela
contribuição que faz para o aumento da felicidade e a diminuição
da miséria humana.
Esta teoria foi formulada por Francis Hutcheson em 1726,
baseando-se em algumas idéias anteriores de Hobbes e de Locke. A
sua teoria pode ser sintetizada em uma de suas frases:
"A melhor ação é aquela que produz a maior felicidade ao maior
número de pessoas."
São exemplos de filósofos que seguem esta escola: David Hume,
Jeremy Bentham, John Stuart Mill, Henry Sidgwick, Herbert Spencer
e George Edward Moore.
Jeremy Bentham, em 1781, no final do capítulo IV de seu livro "Principles
of Morals and Legislation", que aborda o tema "Value Of A
Lot Of Pleasure Or Pain, How To Be Measured" colocou os
seguintes versos, que bem expressam a perspectiva utilitarista:
Intense, long, certain, speedy, fruitful, pure --
Such marks in pleasures and in pains endure.
Such pleasures seek if private be thy end:
If it be public, wide let them extend.
Such pains avoid, whichever by thy view:
If pains must come, let them extend to few.
G.E. Moore afirmava que uma ação é correta se suas consequências
são de fato melhores que as de qualquer outra ação que pudesse
ter sido realizada em seu lugar. A ação correta é aquela que
maximiza o bem. Contudo, este autor também entende que existem
diferentes formas de bem, tais como o conhecimento e a estética.
Childress, que é um dos grandes autores na área da Bioética, faz
uma crítica ao utilitarismo quando afirma que "Deus pode ser
utilitarista, nós não podemos ser".
Busse L. Concepção do Universo. Rio: Atlântida, 1934:233.
Urmson JO. Enciclopedia concisa de Filosofia y filosofos. Madrid:
Catedra, 1994:377-378.
Childress JF. Who shall live when not all can live ? In:Edwards
RB, Graber GC. Biotehics. Chicago: Harcourt, 1988:749.
Dancy J. An ethic of prima facie duties. In: Singer P. A Companion
to ethics. Oxford: Blakwell, 1993:220
Material de Apoio - Conceitos
Fundamentais
Página de Abertura - Bioética
Texto incluído em 19/04/98
©Goldim/98