Equipolência
José Roberto Goldim
Our little lives are kept in equipoise
By opposite attractions and desires.
Longfellow

 Equipolência é a tradução para o português da palavra inglesa Equipoise. A sua utilização remonta ao ano de 1658.  A sua utilização na Ética da Pesquisa foi proposta pelo filósofo Benjamin Freedman em 1987  para explicar o estado no qual especialistas em uma determinada área ficam indecisos entre diversos tratamentos possíveis.

A ocorrência desta situação de indefinição é que permite a realização de estudos clínicos aleatorizados comparativos, isto é, os ensaios clínicos randomizados.com novas drogas ou procedimentos.  Esta comparação só é eticamente adequada enquanto a dúvida persistir. Quando houver uma evidência de que um dos tratamentos é mais eficaz, ou de maior risco para os participantes, o estudo deve ser interrompido devido ao fato das drogas ou procedimentos em teste não serem mais equipolentes. É a equipolência que pode justificar ou não a utilização de placebo em pesquisa. Esta é uma característica que se agrega aos cuidados com a privacidade dos participantes e com a obtenção do consentimento informado para determinar a adequação ética de um projeto de pesquisa.

A Equipolência não implica em equivalência entre os métodos ou procedimentos, mas sim em um estado de incerteza, de falta de convicção para estabelecer uma escolha.

O Prof. Robert Veatch propõe que haja uma outra forma de se abordar a equipolência, desde o ponto de vista do participante do projeto. Os estudos comparativos aleatórios  somente poderão ser realizados quando há equipolência de métodos, avaliada desde o ponto de vista do pesquisador, e desde que não haja preferência pelo uso de qualquer um dos métodos proposto pelo participante. Os participantes que se declararem indiferentes frente a qualquer uma das opções é que poderão ser aleatorizados..
 
 



Freedman B. Equipoise and the ethics of clinical research. N Engl J Med 1987 Jul 16;317(3):141-5)


Risco
Pesquisa em Seres Humanos - Material de Apoio
Página de Abertura - Bioética

Texto incluído em 29/04/2001 e atualizado em 21/09/2001
(c)Goldim/2001