Miriam Makeba (1932-2008)

Miriam Makeba
Fonte da imagem: Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Miriam_Makeba,_Bestanddeelnr_922-1835_( cropped).jpg. Acesso em: 14 de dez. de 2020.

Miriam Zenzi Makeba foi uma cantora e ativista sul-africana. Nasceu em Johannesburgo. O pai, um professor de origem Xhosa, morreu quando ela tinha seis anos. Sua mãe, de origem étnica swazi, era doméstica e uma curandeira tradicional. Quando criança ela estudou em escolas metodistas de Pretória, envolveu-se em um primeiro casamento em 1949, tendo a filha, Bongi, e quando a relação conjugal entrou em crise ela teve que sustentar a si e a filha como empregada doméstica, e depois como cantora.  

Makeba começou a carreira de cantora em um grupo chamado The Cuban Brothers, e participou de vários outros grupos musicais na África, como os Manhattan Brothers, com quem gravou uma de suas mais conhecidas canções, Pata Pata (1956).  Mas o que fez sua carreira deslanchar e ela se conhecida em outros continentes foi sua aparição no aclamado filme Come Back Africa, de Lionel Rogosin (1959). Ela foi participar da premiação do filme em Veneza, e de lá viajou para a Inglaterra, onde poucos meses depois se casou e viajou para os Estados Unidos. Foi apoiada pelo cantor Harry Belafonte, dando início a uma carreira cada vez mais prestigiada.

A década de 1960 foi bastante tumultuada para Miriam Makeba, tanto profissionalmente quanto politicamente. As autoridades sul-africanas permitiram que Bongi fosse morar com ela nos Estados Unidos, mas impediram que ela fosse participar do enterro de sua mãe na África do Sul, e seu passaporte foi revogado. Em 1963, Makeba já era uma importante porta-voz do movimento anti-apartheid, algo tão importante para ela quanto a sua carreira como cantora.

Por conta deste ativismo e o seu casamento em 1968 com Stokely Carmichael, um influente líder do movimento Black Power com passagem pelo Movimento dos Panteras Negras, sua carreira internacional começou a desmoronar, contratos foram cancelados, a procura por ela no meio artístico diminuiu drasticamente. Foi então que ela voltou a se estabelecer na África, mais precisamente na Guiné-Conacri, dando continuidade às suas apresentações e gravações.

Depois da libertação de Nelson Mandela em 1990, com o fim do Apartheid, Makeba retornou à África do Sul, onde passou a viver com os netos e bisnetos. Entre 1954 e 2008 a cantora gravou cerca de quarenta álbuns. Durante esse tempo, as influências culturais e políticas transformaram seu estilo e estética, tornando-a uma grandiosa referência para os jovens músicos sul-africanos. Miriam Makeba morreu de um ataque cardíaco quando se apresentava em um concerto no Castel Volturno, na Itália.

BIBLIOGRAFIA

ALLEN, Lara. Representation, gender and woman in Black South African popular music, 1948-1960. Tese (Doutorado), Quen’s College, Cambridge, 2000.

ALLEN, Lara. “Miriam Zenzi Makeba”. In: AKYEAMPONG, Emmanuel K.; GATES JR., Henry Louis (dir). Dictionary of African Biography. Oxford University Press, 2012, v. 4, p. 53-55.

HASHACHAR, Yair . Playing the backbeat in Conakry: Miriam Makeba and the cultural politics of Sékou Touré’s Guinea, 1968–1986. Social Dynamics, v.  43, n. 2, p. 259-273, 2017.

LOUISE, Bethlehem. Miriam’s Place: south african jazz, conviviality and exile. Social Dynamics, v.  43, n. 2, p. 243-258, 2017.

MAKEBA, Miriam; MWAMUKA, Nomsa. Mama Africa: the Miriam Makeba story. Johabesburg: STE Publishers, 2004. 


Última atualização em: 28/01/2021

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