Sobre o Centro

O Centro Brasileiro de Estudos Africanos (CEBRAFRICA) tem suas origens no Centro de Estudos Brasil-África do Sul (CESUL), um programa estabelecido em 2005 por intermédio  de um convênio entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O fundador do CESUL/CEBRAFRICA é o Prof. Dr. Paulo Fagundes Visentini, que coordenou até 2015. 

Suas atividades de pesquisa são desenvolvidas junto ao Núcleo Brasileiro de Estratégia e Relações Internacionais (NERINT), ambos vinculados ao Centro de Estudos Internacionais sobre o Governo (CEGOV), localizado no Instituto Latino Americano de Estudos Avançados (ILEA) da UFRGS. Os objetivos do Centro são realizar pesquisas, apoiar a elaboração de teses, dissertações e trabalhos de conclusão, congregar grupos de pesquisa em temas africanos, realizar seminários, promover intercâmbio de professores e estudantes e estabelecer redes de pesquisa e projetos conjuntos com instituições africanas e africanistas, publicar obras produzidas no Brasil ou traduzidas e ampliar a biblioteca especializada fornecida pela FUNAG.

As pesquisas têm por objetivo o conhecimento do continente africano e de suas relações com o Brasil, nas seguintes áreas: Relações Internacionais, Organizações de Integração, Segurança e Defesa, Sistemas Políticos, História, Geografia, Desenvolvimento Econômico, Estruturas Sociais e sua Transformação e Correntes de Pensamento. É importante salientar que o CEBRAFRICA é uma instituição estritamente acadêmica e independente, de uma Universidade pública brasileira, sem qualquer vínculo governamental ou com fundações estrangeiras.

O Centro congrega pesquisadores da UFRGS e de instituições nacionais e internacionais, bem como estudantes de graduação e pós-graduação que desenvolvem suas pesquisas nessas temáticas. O CEBRAFRICA publica a Série Africana e a Revista Brasileira de Estudos Africanos. São parceiros do CEBRAFRICA conceituadas instituições do Brasil, Argentina, Cuba, México, Canadá, África do Sul, Angola, Moçambique, Senegal, Cabo Verde, Egito, Nigéria, Marrocos, Portugal, Reino Unido, Holanda, Suécia, Russia, Índia e China.

Sobre os Estudos Africanos

Os estudos africanos têm conhecido notável desenvolvimento no Brasil, estimulados pelo esforço pioneiro de vários acadêmicos, pelas políticas públicas de inclusão dos afro-brasileiros e pela crescente presença do Brasil na África. Mas o desconhecimento ainda é grande, como também as generalizações e o mimetismo em relação a outras experiências históricas. A sociedade e a academia brasileiras não podem mais se relacionar com a África e estudá-la a partir de uma perspectiva limitada. É fundamental estudar as especificidades do continente e dialogar diretamente com os acadêmicos, os governantes e a sociedade africana. Nesta perspectiva, as pesquisas desenvolvidas no CEBRAFRICA objetivam estudar a formação do sistema de relações interafricanas e as estruturas que o compõem e, a partir delas, tentar compreender sua perspectiva das relações internacionais e da inserção do continente no mundo.

Combinada a esta perspectiva, torna-se fundamental analisar a projeção brasileira e seus esforços de cooperação (inclusive em Defesa) com os países africanos no perímetro do Atlântico Sul, frente a um cenário no qual o Oceano assume nova importância geopolítica. É importante ressaltar que o Brasil utiliza a cooperação para promover a construção de uma identidade regional no Atlântico Sul que começa a alterar as relações de poder nesse espaço. O esforço de pesquisa é, portanto, baseado em contatos regulares que têm sido mantidos com instituições acadêmicas africanas, latino-americanas, europeias e asiáticas, especializadas em África.