Uma mulher de 50 anos de idade com febre de 38,6ºC deu entrada em um hospital em Taiwan. Ela não tinha nenhum outro sintoma e era proveniente de Wuhan, China. Por conta disso, foi transferida para uma unidade de isolamento de suspeitos de COVID-19.
Suábes de garganta e amostras de escarro foram positivas para o SARS-CoV-2 por RT-PCR (teste padrão para detecção do vírus). Os testes foram repetidos quase todos os dias durante a sua internação. Amostras de fezes e de gargarejo com solução salina também foram positivas para o vírus. Além dos testes moleculares, o vírus também foi cultivado em laboratório.
Uma queda na carga viral (número de partículas virais) foi observada após uma semana de internação, porém o vírus continuou a ser detectado por RT-PCR até 63 dias após o aparecimento dos sintomas. Apesar do vírus não conseguir mais ser cultivado em laboratório após o 18º dia, a detecção do RNA viral por RT-PCR significa que ainda podem existir partículas virais viáveis passíveis de serem disseminadas.
Os anticorpos contra o SARS-CoV-2 foram detectados a partir do 10º dia.
Os autores comentam que o período de contágio da COVID-19 deve durar, pelo menos, mais uma semana após a cura clínica e que a disseminação prolongada do vírus também já foi encontrada em indivíduos assintomáticos.
FONTE: Prolonged Virus Shedding Even after Seroconversion in a Patient with COVID-19, Wang-Da Liu, Sui-Yuan Chang, Jann-Tay Wang, Ming-Jui Tsai, Chien-Ching Hung, Chia-Lin Hsu, Shan-Chwen Chang. Journal of Infection (2020), doi https://doi.org/10.1016/j.jinf.2020.03.063