Um artigo publicado na revista Japanese Journal of Infectious Diseases relata o caso de uma paciente de 55 anos, hospitalizada com COVID-19, que apresentou resultados positivos nas amostras fecais até 22 dias após resultados negativos nas amostras de nasofaringe. Isso demonstra que a duração da infecção viral pode ser mais longa do que o esperado.
A paciente apresentou sintomas leves de desconforto na garganta em 16 de janeiro. Após tratamento, os sintomas diminuíram, mas em 25 de janeiro ela começou com febre, fadiga e inapetência. A tomografia computadorizada mostrou inflamação no pulmão esquerdo. Amostras da paciente foram analisadas por RT-PCR e o resultado foi positivo para SARS-CoV-2.
Os sintomas gradualmente diminuíram, a temperatura voltou ao normal e a respiração ficou estável. Amostras respiratórias testaram negativas para o SARS-CoV-2. A paciente atingiu os critérios para liberação: 1) temperatura normal por mais de três dias, 2) melhora significativa dos sintomas respiratórios, 3) melhora significativa da inflamação pulmonar e 4) dois testes consecutivos negativos de amostras respiratórias, com intervalo de 24 horas. Porém, as amostras fecais continuaram a testar positivas para o SARS-CoV-2. Foi decidido que a paciente seria mantida no hospital e que amostras fecais seriam analisadas por RT-PCR a cada um ou dois dias. Com base em testes negativos de amostras respiratórias e de amostras fecais, a paciente foi liberada em 26 de fevereiro.
Os autores acreditam que a falsa recuperação é um novo desafio para a prevenção e controle da COVID-19 em nível global. Os resultados de amostras respiratórias e fecais deveriam ser usados para avaliar a reabilitação dos pacientes com COVID-19.
FONTE: Positive stool test suggests that the discharge standard of COVID-19 needs to be improved. Ge, Rui; Chen, Zhongwen; Liu, Xiaoqiu; Zhang, Qi; Zhu, Guoying; Xiao, Qinfeng. Jpn J Infect Dis ; 2020 Aug 01.